Versos Disfarçados (SONETO)
Um dia te descobres entre meus versos disfarçados E percebes que a ti sempre foram dedicados Numa sílaba que parece que está só para rimar Diz, envergonhada, o quanto estou a te amar Linhas não direitas, embaçadas e indirectas Espreitam, com raridade, por trás de nuvens pretas Doces, meigas ou rudes, insípidas Gasosas, sólidas, pastosas ou líquidas São versos de amor, de ódio ou de nada Que, por ti, escrevi, com propósito ou sem Da maneira mais tímida e vontade camuflada Por vezes, um sentido até parece que não têm Ou existe alguém cujo nome é Amada Saberás nesse dia que tu és o tal alguém