Um amor, quando dormente em vias perdidas A prender o seu inquieto grito de afã Pode assim permanecer por enésimas vidas Ou deixar-se explodir logo à manhã Um amor ensimesmado; da sorte a lamentar-se Sem graça a receber e sem a quem dar-se Amargas fases e doloridas pode suportar Ou, de desespero, tanto vir a se quebrar Um outro amor que é bem-aventurado Cuj’alma tem também seu bem-amado Por uma eternidade pode bem saber Ou, sem muito viver, cair e desfalecer Pode ser amor enquanto viver Pode ser dor paga por algum pecado