Soneto de Amores



Um amor, quando dormente em vias perdidas

A prender o seu inquieto grito de afã

Pode assim permanecer por enésimas vidas

Ou deixar-se explodir logo à manhã


Um amor ensimesmado; da sorte a lamentar-se

Sem graça a receber e sem a quem dar-se

Amargas fases e doloridas pode suportar

Ou, de desespero, tanto vir a se quebrar


Um outro amor que é bem-aventurado

Cuj’alma tem também seu bem-amado

Por uma eternidade pode bem saber


Ou, sem muito viver, cair e desfalecer

Pode ser amor enquanto viver

Pode ser dor paga por algum pecado

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