Crássula

Num canto sombrio jaze um vaso de crássula

Que lhe falta flores e o verde vibrante da rúcula

Feio o vaso, feio o canto. Há uma enorme mácula

Há umas paredes inclinadas à esdrúxula


Igual a estas rimas: Proparoxítonas ácidas

É sinistro aquele canto, tem a face mórbida

Se vidas houve alí, hoje não são mais ávidas

É próprio dessa esquina ser assim túrbida


Da planta, todas as folhas são cadáveres

Do vaso, à pobre terra, suas paredes são cárceres

É um cemitério aquele canto impávido


Se já teve luz, se já seu ar um dia foi cândido

Talvez o sol queimou até fazê-lo assim árido

Fez das areias do vaso, para sempre, solos impúberes

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